A PRÉ-HISTÓRIA DA REGIÃO DO DISTRITO FEDERAL
O homo-cerratensis: os caçadores coletores 8.000 Ap; as populações ceramistas 2.000 Ap.
O estudo da Pré-História da região do Distrito Federal, assim como o do Brasil, ainda é um vasto campo a ser explorado.
A Pré-história da América continua cheia de lacunas e por isso ainda muito questionável, assim como, não menos, é a forma de subsistência dos homens arcaicos no Planalto Central Brasileiro. Com características que a diferem da ocupação prolongada de grutas e cavernas configuradas nas paisagens clássicas da arqueologia européia, por aqui esta se mostrou de forma diferente, ocupações esporádicas, porém, ricas em objetos líticos e desenhos rupestres.
As pesquisas arqueológicas sistemáticas no Brasil Central surgiram em 1972, partindo do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) da Universidade Católica de Goiás e do Projeto Anhangüera de Arqueologia (1975), vinculado à Universidade Federal de Goiás. A Universidade de Brasília não atua na área de arqueologia.
Os projetos desenvolvidos naquele contexto caracterizavam-se por abranger grandes extensões, variando de 35.000Km2 a 70.000Km2. O objetivo era obter dados comparáveis e complementares aos dos demais do país que se encontravam em estágios mais avançados de pesquisa. Os procedimentos de campo nos sítios abertos tinham como objetivos a delimitação da superfície e a observação de sua morfologia. No entanto, conforme destacam Schmitz et al.(1982,p.9),
Nem em todos os sítios foi possível delimitar toda a extensão da deposição arqueológica por se encontrar parcialmente em pastos ou vegetação de cerrado e mata. Em alguns dos sítios, a ação prolongada do arado impossibilitava a demarcação de concentrações cerâmicas significativas.
Os resultados obtidos limitavam-se a descrições, classificações e generalizações, utilizadas para a definição e classificação das “tradições”e “fases”arqueológicas. Existe uma série de questionamentos acerca da utilização das categorias – fases e tradições(Prous,1982; Wust,1993, entre outros) -, uma vez que foram “importadas”da pesquisa americana e aplicadas num contexto distinto.
O homo-cerratensis: os caçadores coletores 8.000 Ap; as populações ceramistas 2.000 Ap.
O estudo da Pré-História da região do Distrito Federal, assim como o do Brasil, ainda é um vasto campo a ser explorado.
A Pré-história da América continua cheia de lacunas e por isso ainda muito questionável, assim como, não menos, é a forma de subsistência dos homens arcaicos no Planalto Central Brasileiro. Com características que a diferem da ocupação prolongada de grutas e cavernas configuradas nas paisagens clássicas da arqueologia européia, por aqui esta se mostrou de forma diferente, ocupações esporádicas, porém, ricas em objetos líticos e desenhos rupestres.
As pesquisas arqueológicas sistemáticas no Brasil Central surgiram em 1972, partindo do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) da Universidade Católica de Goiás e do Projeto Anhangüera de Arqueologia (1975), vinculado à Universidade Federal de Goiás. A Universidade de Brasília não atua na área de arqueologia.
Os projetos desenvolvidos naquele contexto caracterizavam-se por abranger grandes extensões, variando de 35.000Km2 a 70.000Km2. O objetivo era obter dados comparáveis e complementares aos dos demais do país que se encontravam em estágios mais avançados de pesquisa. Os procedimentos de campo nos sítios abertos tinham como objetivos a delimitação da superfície e a observação de sua morfologia. No entanto, conforme destacam Schmitz et al.(1982,p.9),
Nem em todos os sítios foi possível delimitar toda a extensão da deposição arqueológica por se encontrar parcialmente em pastos ou vegetação de cerrado e mata. Em alguns dos sítios, a ação prolongada do arado impossibilitava a demarcação de concentrações cerâmicas significativas.
Os resultados obtidos limitavam-se a descrições, classificações e generalizações, utilizadas para a definição e classificação das “tradições”e “fases”arqueológicas. Existe uma série de questionamentos acerca da utilização das categorias – fases e tradições(Prous,1982; Wust,1993, entre outros) -, uma vez que foram “importadas”da pesquisa americana e aplicadas num contexto distinto.
Os Sítios Arqueológicos de Ponte Alta(Gama), Córrego Melchior(Taguatinga) e do Rio Descoberto.
A região do Distrito Federal possui características para ser considerada como área potencial de povoamento pré-histórico. A Localização centralizada dava a região, no mínimo, a qualidade de caminho inevitável aos habitantes do passado remoto. Podemos citar também o fenômeno de Águas emendadas e os diferenciados ecossistemas se alternando, tornando a região atrativa para as espécies inclusive a humana.
Em 1991, o arqueólogo Eurico Teófilo Miller, encontrou dois sítios pré-históricos no Distrito Federal, na região do Gama, nas cabeceiras do córrego Ipê, hoje Universidade Holística e Cidade da Paz, neles foram encontrados restos de cerâmica e artefatos de pedra(líticos), espalhados em uma área de quase 3000m2, ,estes últimos, mais antigos, misturou-se aos restos cerâmicos. Todos esses sítios do Gama apenas foram detectados, mas não escavados. Considerando ter aquela região um ambiente muito pouco favorável a ocupação humana, foram encontrados nada menos do que seis sítios pré-históricos, então, podemos supor a existência de muitos outros em ambientes favoráveis do Distrito Federal.
No início de 1993, o Dr. Miller, descobre em Taguatinga, cinco sítios pré-cerâmicos, na área do córrego Melchior, e que talvez, de quando em quando, eram reocupados. Durante 1994, mais 16 sítios arqueológicos foram encontrados na área do Rio Descoberto. Nove eram de grupos pré-cerâmicos, dois de cerâmicos e cinco taperas de fazendas coloniais.
Em caráter de hipótese alguns desses sítios pré-cerâmicos poderiam datar de 7.000 a 7.500 anos de idade, data que coincide com a instauração do atual ótimo climático da região.
Uma hipótese muito aceita é que poderiam ter convivido no Distrito Federal duas culturas indígenas distintas. Aquela antiqüíssima de caçadores pré-cerâmicos, e outra, de apenas mil anos, e ambas chegando até a invasão colonizadora.
Existem muitas questões a serem respondidas e que necessitam de escavações e pesquisas.
Antes das pesquisas pioneiras do Dr. Miller no Distrito Federal, foram registrados grandes progressos na pesquisa arqueológica de sítios e abrigos pré-históricos no vizinho município de Formosa. Segundo uma resenha dos professores Pedro Ignácio Schmitz e Altair Sales Barbosa (1984), cadastram-se ali cerca de 29 pequenas grutas, complexo esse inserido em ecossistema de cerrado com mata próxima.A região do Distrito Federal possui características para ser considerada como área potencial de povoamento pré-histórico. A Localização centralizada dava a região, no mínimo, a qualidade de caminho inevitável aos habitantes do passado remoto. Podemos citar também o fenômeno de Águas emendadas e os diferenciados ecossistemas se alternando, tornando a região atrativa para as espécies inclusive a humana.
Em 1991, o arqueólogo Eurico Teófilo Miller, encontrou dois sítios pré-históricos no Distrito Federal, na região do Gama, nas cabeceiras do córrego Ipê, hoje Universidade Holística e Cidade da Paz, neles foram encontrados restos de cerâmica e artefatos de pedra(líticos), espalhados em uma área de quase 3000m2, ,estes últimos, mais antigos, misturou-se aos restos cerâmicos. Todos esses sítios do Gama apenas foram detectados, mas não escavados. Considerando ter aquela região um ambiente muito pouco favorável a ocupação humana, foram encontrados nada menos do que seis sítios pré-históricos, então, podemos supor a existência de muitos outros em ambientes favoráveis do Distrito Federal.
No início de 1993, o Dr. Miller, descobre em Taguatinga, cinco sítios pré-cerâmicos, na área do córrego Melchior, e que talvez, de quando em quando, eram reocupados. Durante 1994, mais 16 sítios arqueológicos foram encontrados na área do Rio Descoberto. Nove eram de grupos pré-cerâmicos, dois de cerâmicos e cinco taperas de fazendas coloniais.
Em caráter de hipótese alguns desses sítios pré-cerâmicos poderiam datar de 7.000 a 7.500 anos de idade, data que coincide com a instauração do atual ótimo climático da região.
Uma hipótese muito aceita é que poderiam ter convivido no Distrito Federal duas culturas indígenas distintas. Aquela antiqüíssima de caçadores pré-cerâmicos, e outra, de apenas mil anos, e ambas chegando até a invasão colonizadora.
Existem muitas questões a serem respondidas e que necessitam de escavações e pesquisas.
CONCLUSÃO
“Afinal, quem eram esses pré-históricos do Gama, de Taguatinga, de Formosa, de Unaí, do Vão do Paranã, de Brasilinha? Em que época viveram? Que seqüências de gerações abrangeram? O que queriam transmitir ou expressar com seus desenhos e petróglifos? Quanto do sangue desses seres que viveram há mais de 10 mil anos pulsa, em maior ou menor porção, no corpo dos brasileiros?
Questões irrespondíveis nesta quadra da história, mas que algum dia serão pelo menos adequadamente formuladas. E como sempre acontece, essas boas perguntas representarão pelo menos a metade das boas respostas equivalentes.
Perdoe-nos o leitor por tantas vaguidões, que no decurso de futuros anos estarão melhor superadas, abrindo-se para cenários inimagináveis hoje.”
HISTÓRIA DA TERRA E DO HOMEM NO PLANALTO CENTRAL – PAULO BERTRAN
Hoje, quando partimos para a pesquisa bibliográfica pertinente a pré-história da região do Distrito Federal, nos deparamos com uma grande lacuna, não mais que meia dúzia, de obras tratam do assunto de relevância inquestionável. O campo para ser explorado é muito vasto e o interesse quando abordamos o tema em qualquer uma das esferas acadêmicas é surpreendente, assistimos um verdadeiro fascínio, um deslumbramento por parte de todos e as perguntas vão além, muito além, do nosso desejo em elucidá-las.
Motivados pelo fascínio que o assunto provoca em todos que tem a oportunidade de tomar conhecimento das fontes: sítios arqueológicos com desenhos e petróglifos, toponímia indígena do Distrito Federal e proximidades e da literatura existente, o meio acadêmico se encontra perfeitamente preparado para provocar nas instituições, principalmente a UNB o desejo natural de investir com toda a urgência e dedicação no estudo da arqueologia do Distrito Federal e região.
Os questionamentos de Paulo Bertran, após duas décadas, ainda persistem. Isto nos instiga e também nos traz indignação, temos o dever de deixar respostas para todas estas questões e um quadro favorável aos futuros interessados pelo assunto assim como Paulo Bertran e seus colaboradores o fez nas últimas três décadas.
“Afinal, quem eram esses pré-históricos do Gama, de Taguatinga, de Formosa, de Unaí, do Vão do Paranã, de Brasilinha? Em que época viveram? Que seqüências de gerações abrangeram? O que queriam transmitir ou expressar com seus desenhos e petróglifos? Quanto do sangue desses seres que viveram há mais de 10 mil anos pulsa, em maior ou menor porção, no corpo dos brasileiros?
Questões irrespondíveis nesta quadra da história, mas que algum dia serão pelo menos adequadamente formuladas. E como sempre acontece, essas boas perguntas representarão pelo menos a metade das boas respostas equivalentes.
Perdoe-nos o leitor por tantas vaguidões, que no decurso de futuros anos estarão melhor superadas, abrindo-se para cenários inimagináveis hoje.”
HISTÓRIA DA TERRA E DO HOMEM NO PLANALTO CENTRAL – PAULO BERTRAN
Hoje, quando partimos para a pesquisa bibliográfica pertinente a pré-história da região do Distrito Federal, nos deparamos com uma grande lacuna, não mais que meia dúzia, de obras tratam do assunto de relevância inquestionável. O campo para ser explorado é muito vasto e o interesse quando abordamos o tema em qualquer uma das esferas acadêmicas é surpreendente, assistimos um verdadeiro fascínio, um deslumbramento por parte de todos e as perguntas vão além, muito além, do nosso desejo em elucidá-las.
Motivados pelo fascínio que o assunto provoca em todos que tem a oportunidade de tomar conhecimento das fontes: sítios arqueológicos com desenhos e petróglifos, toponímia indígena do Distrito Federal e proximidades e da literatura existente, o meio acadêmico se encontra perfeitamente preparado para provocar nas instituições, principalmente a UNB o desejo natural de investir com toda a urgência e dedicação no estudo da arqueologia do Distrito Federal e região.
Os questionamentos de Paulo Bertran, após duas décadas, ainda persistem. Isto nos instiga e também nos traz indignação, temos o dever de deixar respostas para todas estas questões e um quadro favorável aos futuros interessados pelo assunto assim como Paulo Bertran e seus colaboradores o fez nas últimas três décadas.